quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Madeira certificada - Selo FSC - Ecologicamente Correto, Socialmente Justo e Economicamente Viável.

Conforme comentado no uĺtimo post, estarei falando um pouco de madeiras certificadas e mais especificamente, do selo FSC, por ser o mais ac eito e de maior destaque no cenário mundial. Várias entidades e organizações não-governamentais desenvolveram selos e certificados "verdes", como uma forma de identificar e incentivar o consumo de produtos engajados em sistemas de exploração e manejo sustentado. Dois exemplos são o Rainforest Alliance e o FSC, sendo o primeiro mais genérico, identificando desde materiais e madeiras para construção até gêneros alimentícios e bebidas.

O segundo, identificado pelo selo do Forest Stewardship Council (FSC) é uma norma de qualidade que atesta que a exploração feita em uma determinada unidade de manejo florestal, por uma empresa, um pequeno produtor ou um grupo de produtores (organizados comunitariamente ou não), é realizada segundo critérios ambientais, sociais e econômicos que se aproximam das condições de sustentabilidade.

O processo de certificação de operações florestais pelo sistema do FSC no Brasil começou nos anos 90, concentrando-se nas regiões Sul e Sudeste do País. No caso das florestas naturais na Amazônia, a primeira certificação empresarial ocorreu em 1997, na unidade de manejo florestal (UMF) da empresa Precious Wood Amazônia, ganhando mais força na década seguinte.

A idéia de identificar com um rótulo os produtos oriundos de florestas tropicais nasceu da reflexão realizada pelas grandes ONGs ambientalistas transnacionais (Greenpeace, WWF, Amigos da Terra) sobre a eficácia das campanhas de boicote à compra desses produtos por consumidores do hemisfério Norte, realizadas nos anos 80 (Smouts, 2001). A avaliação de que o boicote levara apenas ao deslocamento do consumo para outros produtos florestais, oriundos de florestas temperadas e não isentos de problemas ambientais, estimulou essas entidades à construção de um mecanismo de incentivo ao bom manejo florestal, de um certificado (selo) que sinalizasse aos compradores de madeiras tropicais a realização de uma boa gestão florestal nas regiões produtoras.(conforme Marcelo S. Carneiro,Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). em "A CONSTRUÇÃO SOCIAL DO MERCADO DE MADEIRAS CERTIFICADAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: a atuação das ONGs ambientalistas e das empresas pioneiras," em http://www.scielo.br/pdf/se/v22n3/08.pdf )

Como funciona

A certificação é um processo voluntário em que é realizada uma avaliação de um empreendimento florestal, por uma organização independente, a certificadora, e verificado os cumprimentos de questões ambientais, econômicas e sociais que fazem parte dos Princípios e Critérios do FSC.

O processo pode ser resumido em macro etapas
  • Contato inicial - a operação florestal entra em contato com a certificadora
  • Avaliação - Consiste em uma análise geral do manejo, da documentação e da avalicação de campo. O seu objetivo é preparar a operação para receber a certificação. Nessa fase são realizadas as consultas públicas, quando os grupos de interesse podem se manifestar.
  • Adequação - Após a avaliação, a operação florestal deve adequar as não confirmidades (se houver).
  • Certificação da operação - a operação florestal recebe a certificação. Nessa etapa, a certificadora elabora e disponibiliza um resumo público.
  • Monitoramento anual - Após a certificação é realizado pelo menos um monitoramento da operação ao ano.
O processo da certificação é conduzida pela certificadora. O Conselho Brasileiro de  Manejo   Florestal  não  emite  certificado.    Cabe  às  certificadoras   avaliar 
operações de manejo florestal ou de cadeias de custódia para conceder o uso do selo FSC nos produtos, e auditar operações certificadas, seja de manejo florestal ou de cadeia de custódia. 
Também cabe à certificadora precificar e cobrar por este serviço. 

Os 10 Princípios e Critérios

Princípio 1: Obediência às Leis e aos Princípios do FSC
O manejo florestal deve respeitar todas a leis aplicáveis ao país aonde opera, os tratados internacionais e acordos assinados por este país, e obedecer a todos os Princípios e Critérios do FSC.

Princípio 2:  Responsabilidades e direitos de posse e uso da terra
Os direitos de posse e uso de longo prazo relativos à terra e aos recursos florestais devem ser claramente definidos, documentados e legalmente estabelecidos.

Princípio 3:  Direitos  dos Povos Indígenas
Os direitos legais e costumários dos povos indígenas de possuir, usar e manejar suas terras, territórios e recursos  devem ser reconhecidos e respeitados.

Princípio 4: Relações Comunitárias e  Direitos dos Trabalhadores
As atividades de manejo florestal  devem manter ou ampliar o bem estar econômico e social de longo prazo dos trabalhadores florestais e das comunidades locais.

Princípio 5: Benefícios da Floresta
As operações de manejo florestal devem incentivar o uso eficiente dos múltiplos produtos e serviços da floresta para assegurar a viabilidade econômica e uma grande gama de benefícios ambientais e sociais.

Princípio 6: Impacto Ambiental
O manejo florestal  deve conservar a diversidade ecológica e seus valores associados, os recursos hídricos, os solos, e os ecossistemas e paisagens  frágeis e singulares, e ao assim atuar, manter as funções ecológicas e a integridade da floresta.

Princípio 7: Plano de Manejo
Um plano de manejo - apropriado à escala e intensidade das operações propostas -  deve ser escrito, implementado e atualizado. Os objetivos de longo prazo do manejo florestal e os meios para atingi-los  devem ser claramente definidos.

Princípio 8: Monitoramento e Avaliação
O monitoramento  deve ser conduzido - apropriado à escala e à intensidade do manejo florestal - para que sejam avaliados a condição da floresta, o rendimento dos produtos florestais, a cadeia de custódia, as atividades de manejo e seus impactos ambientais e sociais.

Princípio 9 - Manutenção de florestas de alto valor de conservação
As atividades em manejo de florestas de alto valor de conservação devem manter ou ampliar os atributos que definem estas florestas.  Decisões relacionadas à florestas de alto valor de conservação devem sempre ser consideradas no contexto de uma abordagem precautória.

Princípio 10 : Plantações
As plantações  devem ser planejadas e manejadas de acordo com os Princípios e Critérios de 1 a 9 e o Princípio 10 e seus Critérios. Considerando que as plantações podem proporcionar um leque de benefícios sociais e econômicos, e contribuir para satisfazer as necessidades globais por produtos florestais, recomenda-se que elas complementem o manejo, reduzam  as pressões, e promovam  a restauração e conservação das florestas naturais.


 
A certificação de uma área florestal requer que a operação florestal nessa área seja feita seguindo os seguintes princípios:

Ecologicamente correto
Utilizar técnicas que simulemo ciclo natural da floresta e que causem os menores impactos possíveis, garantindo a renovação e perenidada da biodiversidade existente.
 
Socialmente justo
 Tanto a propriedade quanto a atividade extrativista devem ser legalizadas, ou seja, tem que respeitar todas as normas de manejo, normas trabalhistas, normas de segurança, recolhimento dos tributos e direitos trabalhistas.

Economicamente viável
As técnicas utilizadas devem garantir produtividade, durabilidade dos investimentos e agreguem valor ao produto final.


QUAL É A IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO PARA AS EMPRESAS?

A opção das empresas em adotar produtos fabricado com madeira certificada é uma oportunidade para se relacionar de forma diferenciada com os seus clientes, e um passaporte para a modernidade e para a economia globalizada.

A certificação distingue os que operam de forma correta daqueles que eventualmente estão na ilegalidade, que agem de forma predatória ao destruir a floresta e sua biodiversidade, o que os obriga a buscar sempre novas florestas, mudando constantemente de lugar, sem benefício para a comunidade local, utilizam trabalho infantil, mantendo empregados sem carteira assinada e sem equipamentos de segurança, não pagando impostos e assim por diante. 

Um produto com o selo FSC garante transparência e compromisso com normas e procedimentos éticos, abrindo mercados carentes de matérias-primas mundo afora.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Madeira ecológica

Você está projetando a casa dos seus sonhos, aquela que te acompanha desde que se conhece por gente. Tudo lindo e perfeito. Acabamentos de primeira. Mas, então, chega o momento de pôr este sonho dourado no papel, tomando os cuidados possíveis com o meio ambiente, sustentabilidade, eco-houses, etc.

O piso do deck, junto à piscina, claro, tem que ser de madeira, tratada, de lei. E aí vem o choque: como conciliar este sonho com a preservação da natureza, se tantas e tantas madeiras tem origens, no mínimo, escusas. Tem-se então, duas alternativas: madeiras certificadas (que tratarei no próximo post) ou as "madeiras ecológicas", uma maravilha tecnológica que mistura polímeros diversos (inclusive os PETs, vilões que infestam os rios e mangues das principais cidades mundo afora) e fibras naturais (restos de madeiras, fibras de bambus, cascas de coco, etc.).

Este produto apresenta características mecânicas e visuais da madeira natural, mas os benefícios físico-químicos dos plásticos em geral. Não necessitam de fungicidas ou outros defensivos e são muito resistentes à corrosão, com estimativa de vida útil de 50 anos.

A madeira ecológica surgiu nos Estados Unidos, nos meados dos anos 90, como uma alternativa aos escassos recursos naturais. Com utilização na agricultura como mourão ou estacas e na construção civil, em pisos, pergolados, dormentes, revestimentos, gazebos, decks e píeres, mobiliário interno e externo, entre outros.

Estima-se que, para construção de um deck de madeira de 100m², seja necessário o corte de duas árvores Ipês. Utilizando a madeira ecológica, além de preservar as duas árvores citadas, ainda retira-se da natureza quase 2,2 ton. de materiais plásticos do meio ambiente.(fonte: ecowood rio - http://www.ecowoodrio.com.br/2011/03/01/ecowood-rio-cria-madeira-plastica-para-projetos-sustentaveis-2/)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Selo Procel Edifica - Etiquetagem em Edificações



A ELETROBRAS, através do PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, foi instituído em 1993, com o objetivo de orientar o consumidor no ato da compra, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria, proporcionando, assim, economia na sua conta de energia elétrica. 
Também tem a função de estimular a fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e a preservação do meio ambiente. 
Um dos principais produtos do programa é a Etiqueta Nacional de Conservação de Eenrgia, em parceria com o INMETRO (conforme modelo anexo, colhido em http://www.inmetro.gov.br/consumidor/etiquetas.asp )

 


 


Como desdobramento do programa foi lançado, em 2003 o selo PROCEL EDIFICA, O Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações para atuar de forma conjunta com o Ministérios de Minas e Energia, o Ministério das Cidades, as universidades, os centros de pesquisa e entidades das áreas governamental, tecnológica, econômica e de desenvolvimento, além do setor da construção civil.

O PROCEL promove o uso racional da energia elétrica em edificações desde sua fundação, sendo que, com a criação do PROCEL EDIFICA, as ações foram ampliadas e organizadas com o objetivo de incentivar a conservação e o uso eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação etc.) nas edificações, reduzindo os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente.

O consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do consumo faturado no país. Estima-se um potencial de redução deste consumo em 50% para novas edificações e de 30% para aquelas que promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em edificações.

Buscando o desenvolvimento e a difusão desses conceitos, o Procel Edifica vem trabalhando através de 6 vertentes de atuação: Capacitação, Tecnologia, Disseminação, Regulamentação, Habitação e Eficiência Energética e Planejamento.

Assim como apresenta um programa específico para edificações residenciais, foram desenvolvidos programas focados nas edificações comerciais e em instalações turísticas (hotéis e pousadas mais notadamente), estas voltadas para os eventos de 2014 e 2016.
Para obter dicas sobre o uso eficiente de energia nas edificações e saber mais detalhes do Programa, acesse a página do PROCEL – Edifica no site do PROCEL.